Política de opressão do Império Russo contra a Moldávia

A Bessarábia, atual território da Moldávia, foi anexada pelo Império Russo em 1812, logo após a guerra turco-russa (1806-1812). Em 1816, a Bessarábia, nome dado pelo Império czarista, tornou-se um estado autônomo, mas apenas até 1828. Com a ascensão de Nicolau I, o infame czar absolutista, a situação começou a mudar. De agora em diante, a cultura romena começou a sofrer grandes represálias. Em 1833, o uso da língua romena em igrejas foi proibida. Em 1842, o ensino da língua romena foi banida das escolas secundárias e a partir de 1860 em escolas de ensino fundamental. 

As autoridades russas forçaram a migração dos romenos (moldavos) para outras áreas do Império Russo (especialmente em Kuban, Cazaquistão e na Sibéria), enquanto grupos étnicos estrangeiros (especialmente russos e ucranianos, chamados no século 19 de "pequenos russos") foram estimulados a se estabelecer na Bessárabia.

De acordo com o censo de 1817, a Bessarábia foi povoada por 86% de romenos (moldavos), 6,5% de ucranianos, 1,5% de russos e 6% de outros grupos étnicos. 80 anos depois, em 1897, a estrutura étnica era muito diferente: apenas 56% de romenos (moldavos), 11,7% de ucranianos, 18,9% de russos e 13,4% de outros grupos étnicos. Durante 80 anos, entre 1817 e 1897, a população romena caiu em 30%.

Com a morte de Gavril Banulescu-Bodoni, um forte líder e defensor da identidade da Moldávia em 1821, e sucedendo a coroação do czar reacionário Nicolau I, em 1825, um tempo de russificação na Moldávia foi decretado.  

Nicolau I declarou o russo como a única língua oficial na região.

O influxo de russos, búlgaros, alemães, judeus, tártaros, turcos e gagaúzes na Bessarábia era diversificado. Esta nova diversidade colocou os moldavos em um papel secundário na sua própria terra. Russos e judeus estavam na vanguarda da vida da cidade, enquanto outros grupos étnicos como os alemães e turcos dominaram comércios específicos.

O infame czar Nicolau I
Moldavos foram muitas vezes vistos como simples camponeses, cuja cultura foi subordinada à Rússia. Este sentimento de inferioridade e o caos reinante no Império Russo permitiu o nascimento de um movimento nacional no início do século XX.

A revolução de 1905 abriu caminho para o descontentamento na Moldávia. Dois grupos surgiram entre jovens intelectuais influenciados pelo radicalismo; o primeiro procurava a justiça social, a reforma agrária e o sufrágio universal. Já o outro, apoiado por artistas e círculos filantrópicos, exigia uma reforma através do pan-nacionalismo romeno. Os nobres moldavos conseguiram rivalizar os dois grupos, jogando uns contra os outros, enquanto tentavam ganhar concessões menores do czar. 

Com revolução de 1905 aumentou-se a tensão e cresceu o número de círculos secretos entre os estudantes e estudiosos literários. Um jornal romeno escrito em alfabeto cirílico foi publicado durante um breve período, até que a reação conservadora à revolução foi suprimida e a maioria das atividades suspensas.

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